Vacina hepatite B: quem precisa tomar e quantas doses?

Vacina hepatite B: quem precisa tomar e quantas doses?

A vacina hepatite B protege contra a infecção pelo vírus VHB, causador da doença. Muitas vezes, ele age de forma silenciosa, sem sintomas claros. Mas, com o passar dos anos, pode evoluir para quadros graves como cirrose ou câncer de fígado. 

No Brasil, esta vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A recomendação é começar a imunização logo nas primeiras horas de vida do bebê. Entretanto, as crianças mais velhas, adolescentes e adultos não vacinados anteriormente também podem e devem se proteger. 

Para que serve a vacina hepatite B?

A vacina serve para proteger a pessoa contra a infecção causada pelo vírus da hepatite B (VHB). Ela impede que a doença se desenvolva e ataque o fígado.  

A hepatite B é uma inflamação grave do fígado, sendo considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A transmissão acontece pelo sexo sem proteção, contato com sangue contaminado e da mãe infectada para o bebê durante o parto. 

Além de ser uma IST, a hepatite B pode também ser transmitida em casos de compartilhamento de instrumentos não adequadamente esterilizados. 

 A vacina estimula o corpo a criar anticorpos específicos chamados de Anti-HBs. Se o vírus selvagem tentar invadir o organismo, essas defesas o neutralizam antes que ele cause a doença. 

A prevenção é muito importante porque a infecção crônica é perigosa. Ela aumenta muito o risco de o paciente desenvolver cirrose e eleva as chances de câncer de fígado (hepatocarcinoma). 

Vacina hepatite B: quantas doses tomar?

O esquema vacinal completo mais comum é feito com três doses. Ele vale para crianças, adolescentes e adultos saudáveis. E o intervalo recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é 0 – 1 – 6 meses. Funciona dessa forma:

  • Primeira dose na data escolhida.
  • Segunda dose um mês após a primeira.
  • Terceira dose seis meses após a primeira (ou cinco meses após a segunda).

No SUS, a criança recebe de rotina quatro doses: uma ao nascer e as demais aos 2, 4 e 6 meses de idade.

E existem esquemas diferentes?

Sim, existem exceções importantes ao esquema de três doses. Bebês prematuros precisam de uma dose extra: a recomendação é para aqueles que nascem com menos de 2 kg ou antes de 33 semanas de gestação. Nesses casos, o esquema deve ter quatro doses: 0 – 1 – 2 – 6 meses.

No caso de pessoas com sistema imunológico comprometido e também em pacientes em diálise ou transplantados, recomendam-se 4 doses dobradas da vacina.

Quanto tempo dura a vacina da hepatite B?

Na maioria das pessoas que completam o esquema vacinal, ela dura a vida inteira. O corpo desenvolve o que chamamos de memória imunológica. Mesmo que a quantidade de anticorpos (Anti-HBs) diminua no sangue com o passar dos anos, a defesa continua ativa.

Se a pessoa for exposta ao vírus, o sistema imune ativa as células de memória para como combatê-lo e produz novos anticorpos rapidamente.

Mas como saber se estou mesmo protegido?

A confirmação da imunidade pode ser feita por um exame de sangue simples, o

Anti-HBs. Ele mede a quantidade de anticorpos de defesa que a pessoa tem. O ideal é fazer esse teste cerca de um a dois meses após a última dose da vacina.

Se o resultado for “reagente” ou acima de 10 mUI/mL, significa que a vacina funcionou. A pessoa é considerada imune e está protegida contra a hepatite B.

Entretanto, este teste não é recomendado de rotina após completar o esquema vacinal.

Quando devo tomar a vacina hepatite B?

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) indica a primeira dose nas primeiras 12 horas de vida. Ela é aplicada ainda na maternidade.

Crianças mais velhas, adolescentes e adultos que não foram vacinados podem tomar a qualquer momento. Ela é recomendada também para gestantes que não são imunes. A aplicação durante a gravidez é segura e protege a mãe e o bebê.

Existem outras vacinas que incluem a hepatite B?

Sim. Após a primeira dose dada ao nascer, a vacina da hepatite B é aplicada em conjunto com outras. 

No calendário do SUS, ela faz parte da vacina Pentavalente, que protege contra cinco doenças de uma só vez: hepatite B, difteria, tétano, coqueluche (DTP) e Haemophilus influenzae tipo b (Hib). 

Em laboratórios como os do Alta Diagnósticos, a vacina hepatite B está na Hexavalente, que protege contra hepatite B, difteria, tétano, coqueluche (DTP), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e poliomielite (VIP). Já a vacina Pentavalente do serviço privado não contém o componente da hepatite B, só difteria, tétano, coqueluche (DTP), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e poliomielite (VIP). 

Reações da vacina hepatite B

A vacina é muito segura e os eventos adversos costumam ser leves e passageiros. O mais frequente é dor no local da aplicação, podendo haver vermelhidão ou um pequeno inchaço na região. 

Outros sintomas podem aparecer, mas são menos frequentes. Eles geralmente desaparecem em um ou dois dias. E os principais são: 

  • Febre baixa 
  • Cansaço ou mal-estar 
  • Irritabilidade (em bebês) 
  • Dor de cabeça 

Reações alérgicas graves (anafilaxia) são extremamente raras. A vacina é contraindicada apenas para quem teve uma reação alérgica grave a uma dose anterior. 

Onde tomar a vacina hepatite B?

A vacina hepatite B está disponível gratuitamente em toda a rede pública de saúde. Qualquer pessoa pode recebê-la nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). 

A vacina também está disponível na rede privada, seja de forma isolada ou nas vacinas combinadas (Hexavalente). 

É importante manter todo o esquema vacinal em dia. O calendário infantil, por exemplo, inclui outras imunizações muito importantes. Uma delas é a vacina hepatite A, que protege contra outro tipo de vírus que também ataca o fígado, mas com transmissão diferente (fecal-oral).  

Também são essenciais as proteções contra difteria, tétano, coqueluche, poliomielite e Haemophilus influenzae tipo b, que frequentemente são aplicadas juntas nas vacinas combinadas (como a Pentavalente ou a Hexavalente). 

Fonte: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto, Infectopediatra e médica consultora em vacinas da Dasa